Perdoe, pois você foi perdoado

Felipe Quirino
21 set, 2024
Então, o seu senhor, chamando-o, lhe disse: Servo malvado, perdoei-te aquela dívida toda porque me suplicaste; não devias tu, igualmente, compadecer-te do teu conservo, como também eu me compadeci de ti? E, indignando-se, o seu senhor o entregou aos verdugos, até que lhe pagasse toda a dívida. Assim também meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão. (Mateus 18:32-35)

O cristão deve amar a Palavra, viver seus ensinos, obedecer às suas ordenanças, visto que ela é inspirada por Deus e útil para nos auxiliar no discernimento dos propósitos do coração, bem como para transformar nossa vida toda.

Quando lemos as promessas do Senhor, respondemos imediatamente. Porém, não o fazemos com a mesma facilidade, quando o assunto requer mudanças de nós.

Na semana passada, fomos duramente instruídos sobre a gravidade de fazer alguém tropeçar, ou negligenciar aqueles elementos que nos fazem cair em pecado, ofendendo a Deus.

Fomos desafiados a pedir e a conceder perdão, lembrando de ocasiões nas quais fomos ofendidos por alguém, ou ofendemos outras pessoas. E é neste ponto que, talvez, nós tenhamos hesitado em alguma medida.

É evidente que nos chocamos quando conhecemos o pecado de alguém; de igual modo, nos envergonhamos quando nosso pecado é descoberto. Aqui, provavelmente, seja o maior empecilho para respondermos às lições bíblicas: não sabemos perdoar, nem os outros nem a nós mesmos.

Precisamos, portanto, considerar o que o Senhor nos diz sobre a necessidade de perdoar. Ela nasce do fato de sermos totalmente indignos de viver na presença de Deus e, mesmo assim, segundo a sua perfeita vontade, ele decidir amar um povo exclusivamente seu. Lemos nas Escrituras que ele o fez, quando estávamos mortos em nossos delitos (Ef 2.5); sem trocas nem retornos, mas pelo conselho da sua própria vontade foi que ele nos amou e perdoou todos os nossos pecados.

Sendo assim, todos aqueles que creem em Jesus Cristo e reconhecem que foram resgatados da escravidão do pecado, devem considerar a grande bênção que receberam. Firmados nessa ação graciosa, devemos conceder perdão a todos os que pecam contra nós e buscar o perdão daqueles a quem ferimos.

Cristo nos ensina isso de algumas maneiras, tais como em Mateus 6.12 lemos: “perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado os nossos devedores”; no texto em destaque, ele conclui uma parábola, ensinando que o Pai celeste, que nos perdoou, nos castigará se nós não perdoarmos os nossos devedores, como segue: “Assim também meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão” (v.35); também, no momento de seu sofrimento na cruz, ele pede ao Pai que perdoe os seus ofensores, desta maneira: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23.34). O apóstolo João segue o ensino de Cristo e afirma: “Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê” (1Jo 4.20).

É terrível e inevitável que pequemos contra Deus, contra nossos irmãos. Assim também, que outros pequem contra o Senhor e contra nós. No entanto, as Escrituras são claras em nos ensinar a bendita verdade de que somos perdoados em Cristo, que nos salvou morrendo em nosso lugar. Nossa motivação para buscar a reconciliação reside no fato irrevogável de que o Senhor nos reconciliou consigo mesmo, por meio de Cristo. Devemos perdoar, pois somos perdoados.

Que o Senhor continue a nos fortalecer, fazendo-nos mais parecidos com Ele.