Irmãos, não sejais meninos no juízo; na malícia, sim, sede crianças; quanto ao juízo, sede homens amadurecidos. (1 Coríntios 14:20)
O reino de Deus é para crianças e para aqueles que o recebem como crianças. Por isso, Jesus ordenou seus discípulos a deixarem os pequenos irem a ele e, ao mesmo tempo, não impedirem o acesso ao Salvador, pois ele é o único caminho para o Reino de Deus.
Ouvimos essas palavras, no último domingo, e fomos levados a considerar nossa participação no Reino de Deus, por meio da Salvação em Cristo Jesus. No entanto, o pecado inclina a humanidade para uma direção contrária à vontade de Deus. Sendo assim, há uma facilidade de se confiar em próprios méritos e, ao mesmo tempo, desqualificar a outros com julgamentos precipitados. Porém, o reino de Deus é para aqueles que foram transformados pelo Espírito Santo, receberam a Cristo como o único meio de acesso ao Pai, e que não impedem a chegada de novos crentes para serem abençoados pelo Senhor.
Embora sejam pecadoras desde a sua concepção, as crianças têm um nível restrito de entendimento que as resguarda de caírem em grandes ciladas de seus corações. O encontro de Jesus com as crianças nos ensina que o reino de Deus é para elas. Porém, não somente para infantes, mas também para as crianças da fé, aqueles que passaram pelo novo nascimento.
Já que o Reino de Deus não é terreno, é necessário um novo nascimento, à imagem celeste de Deus, com uma vida apropriada para aquele lugar (Jo 3.5). Hoje, continuamos nesse processo de crescimento na graça, bem como de condução de outras crianças ao Rei do reino de Deus, Cristo Jesus.
Conforme o Apóstolo Paulo ensina, é necessário que o cristão esteja livre de toda a malícia. O novo nascimento operado pelo Espírito no coração do filho de Deus faz com que ele cresça em juízo e prudência divina, ao mesmo tempo em que realiza uma limpeza em seu coração, eliminando progressivamente a malícia (1Co 14.20).
O Reino expresso no Evangelho de Jesus Cristo, bem como na sua vinda para resgatar seu povo das mãos dos inimigos, já veio e segue avançando vitorioso. Há, portanto, uma relação indivisível entre Cristo e o próprio reino, sendo ele o único meio para acesso. Precisa receber o reino como criança, mas conforme ele é entregue pelo próprio Cristo.
O Reino de Deus é para todos aqueles que são conduzidos a Jesus, sendo estes os que são recebidos e abençoados por ele.
Então, lembremo-nos de duas coisas que podemos destacar aqui. A primeira está ligada à atenção e ao cuidado com as crianças. Mesmo utilizando a criança como ilustração, o Senhor a abençoa; precisamos conduzi-las a Cristo sem impedimentos (pais Dt 6; Pv 4; Ef 6). Ore pelas crianças de sua família e de nossa igreja. Tenha paciência com elas. Apresente Jesus, não as impeça de conhecer o reino de Deus e seu vitorioso rei.
A segunda é: vamos conduzir, sem impedimentos, mais pessoas a Cristo, assim como aquelas crianças foram levadas até ele, para que elas possam receber o reino de Deus. Ninguém consegue crer em Deus por vontade própria, mas somente se o Senhor se revelar salvadoramente a essa pessoa. Além disso, precisamos considerar a necessidade de auxiliar as crianças de Jesus no início de sua caminhada, dando-lhes direção e provimento, para que, ao longo de sua trajetória, cresçam mais e mais na graça do Senhor.
Por fim, consideremo-nos sempre como crianças recém-nascidas que desejam o genuíno leite espiritual, “para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação, se é que já tendes a experiência de que o Senhor é bondoso” (1Pe 2.2-3).